O Lanifício foi fundado por um grupo de imigrantes italianos que se uniu com imigrantes, que já moravam no local, formando uma cooperativa. Esse grupo de imigrantes italianos, provenientes da cidade de Schio, província de Vicenza, em 08 de março de 1891, havia partido da Itália e eram operários expulsos do Lanifício Rossi, decorrente de um protesto gerado pela redução de 20% dos seus salários.
Nos primeiros tempos que se instalaram nos lotes coloniais dedicaram-se à agricultura até o momento em que perceberam que esta atividade não lhes oferecia o lucro imaginado, devido à situação geográfica montanhosa, resolvendo esses colonos Imigrantes reunir um capital para a construção de um Lanifício. Portanto, em 1894, a ideia começou a ganhar forma. José Berno retornou da antiga pátria com vários teares comprados em uma tecelagem italiana que havia falido. Construíram um pequeno barracão no local escolhido pelos fundadores próximo ao Arroio Pinhal. A fábrica foi inaugurada em 29 de janeiro de 1898. A fiação era feita a mão e desenvolvida pelas mulheres em casa.
Apresentando uma série de dificuldades, a cooperativa que produzia panos de lã, funcionou até 1904, quando foi comprada por Hércules Galló que a administrou até 1912, quando fez uma fusão com a firma Chaves & Almeida. Em uma das viagens de Galló à Europa encontrou Pedro Chaves Barcellos de onde saiu a ideia da fusão. Nessa viagem Galló aproveitou para providenciar novos maquinários para a empresa.
Nessa época são contratados vários mestres tecelões italianos para trabalharem na fábrica, entre eles Matteo Gianella, que mais tarde se destacaria como um dos industriais do ramo têxtil.
Em 13 de agosto de 1913, a sociedade se efetivou dando origem à firma Chaves Irmãos & Cia. Apesar da fábrica velha ter sido o início da indústria têxtil na região colonial, a fusão representava a ampliação nos meios de produção e, consequentemente, a melhoria nas condições de vida na vila. No ano de 1915 a fábrica trabalhava com 180 operários entre homens e mulheres. Possuía 45 máquinas de tecelagem em suas imponentes edificações, fabricando casimiras, sarjas, diagonais, panos de damas, flanelas e baetilhas, como também ponchos, capas, palas, cobertores e xales.
O Lanifício São Pedro era o único no Brasil que produzia as afamadas capas impermeáveis Cruzeiro do Sul. Também se especializou na manufatura de panos militares. Fabricava em larga escala lãs e fios para bordados e malharias em geral com as marcas Bambina e Rosa. Em 1928, a família Chaves Barcellos tornou-se a única proprietária do Lanifício após a compra das ações da família Galló, denominando-se Sociedade Anônima Companhia Lanifício São Pedro.
O Lanifício investiu na força de trabalho através de uma série de benefícios oferecidos à mão-de-obra, mas com a intenção de reter a mesma na vila, seja através da moradia com água e luz, seja com a cooperativa de consumo, com ambulatório e com as atividades recreativas, tendo sempre a certeza da continuidade da força de trabalho na vila pela geração seguinte.
Localização: Rua Pedro Chaves, 8 Km – Galópolis
